sexta-feira, 5 de novembro de 2010

...huahuauhahuuha...


Mais um cigarro na boca, mais uma fumaça no ar, uma fumaça em 1984, outra
me leva para 4 de abril de 1983 ( a bolsa, os gritos, os ritos). Outro dia de tédio, outra
noite de insônia, horas dentro de celas, na funambé, dentro de trânsitos, dentro de um
ônibus, horas de desespero, horas estridentes como um choro de uma criança, como o latido do cachorro ou ressaca de cachaça, de neve bem preparada.
Outro cigarro na boca, o cigarro da insônia, o cigarro do desespero, o cigarro da espera, a espera do ônibus, o desespero do amor que falta, o sexo que nunca farta,o delírio que me engata, o niilismo que infla, anula, machuca. Não consigo trilhar
caminho para dentro de mim, quem vai narrar isso, para quem? Para mim? Para
alguém que já morreu? Seria um adeus para alguma parte de mim que insisto em
assassinar ou que está morrendo doente, ou que ainda não nasceu? Algo que sei é
que, não há caminhos traçados, nem horários marcados.

4 comentários:

  1. É sempre assim: o fumaçante errante, sobe morro desce morro(pode até morrer), leitor que não se pode satisfazer plenamente, domável(sempre de posse de 3 ou 4 livros. É sempre assim, com pressa de tudo sem haver nada, sua agonia é traçada passo à passo no chão, na mente, no bosque, no mundo, no virtual, na mente, na incompreensão de si mesmo. A esperança ta na fumaça! É sempre assim...

    "Escrever é uma luta contínua com a palavra. Um combate que tem algo de aliança secreta."
    ( Julio Cortazar )

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  2. mover.viver.morrer.nascer
    verbos na segunda cojugação.
    carnes de segunda para uma vida de segunda conjugações.

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  3. é que isso tudo é ilusão de linguagem!
    Porque adoramos!

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