sábado, 12 de fevereiro de 2011

... I am like God, and God like me. I am as large as God, He is as small as I. He cannot above me, nor I beneath Him be




Qual a voz que me chama pra sair para a noite, para a rua? Ás vezes parece um sussurro, é difícil, sempre me atrapalho com as vozes que insistem em ecoar no oco, com o barulho da city... Não sei se é um sussurro, as ceras de meus obstruídos ouvidos começaram a vibrar e sinto na pele o peso da bigorna surrando o martelo, o atrito, o restrito e um bolso falido são suficientes para me deixar tonto, zonzo e sem sono. A lua está clara, redonda e baixa, meus olhos estão baixos, escuros e dilatados... enfim, a lua chama, a noite chama, o cigarro em chamas. Um banho, um cigarro, um telefonema, a tela, na esquina uma buzina, só mais uma mijada, mais uma escarrada, um perfume e o tubo no bolso.
            Estou pronto! Estou pronto? Ainda não, ainda há muito... há um calafrio estranho, há uma fumaça estranha, confusões mentais, erros letais... essa fumaça que esboça um pré desespero, me lembra o instante que vi Horácio Oliveira saindo da boca de Max Cady, gritando para o léu, para o interior e quem sabe para algum advogado...  I am like God, and God like me. I am as large as God, He is as small as I. He cannot above me, nor I beneath Him be ... Palavras Silisianas do século Xll e vai durar pra sempre, as vezes as canções do Mister Tambourine alivia um pouco, por instantes, as vezes por uma levada de sono...
Silisio pariu essas palavras no século Xll, Horacio surgiu para a eternidade em 1964, Max Cady gritou - as em 1991, nasci em 1983 e as ouvi em 2011.