sexta-feira, 27 de maio de 2011

ao cronopinho que usa amarelo...








Ao cronopinho que usa amarelo...

...voltando aqui no sétimo andar e meio, após o longo e ofegante subir de escadas, isso me demorou alguns séculos, novamente estou...
...daqui de cima a vista é linda, ainda que meus olhos nunca enxerguem o horizonte em que estou pisando, nesse caminho pisado...
...daqui vejo o quanto você é belo e peculiar, seu assombroso e tortuoso ser, um casco resistente, o seu falar pausado, em etapas, sua pupila dilatada, seus olhos no além, a raiz que tenta em vão aprofundar-se no solo seco e arenoso, a raiz em vão fixa-se em areia, sem minerais, uma excentricidade em extinção, e ameaçado pelo homem, sempre o homem, com seus tratores e suas correntes sempre ali te derrubando as pernas e sangrando suas raízes. Não sei se daqui a fumaça embaça, não sei se daqui de cima meus olhos me dão uma nova configuração, mas sua beleza parece estar em sua extinção!

... e quando o texto parecer acessível e bonito e você estiver escutando a voz do narrador de seu filme preferido, a ofegante respiração não me deixará terminar, para que o ultimo folego de ideia seja guardado pra mim...