No sétimo dia o Senhor descansou, mas um habitante da região de Ádria,
na Itália,
acordou sonolento e,
ainda assim,
lavou sua casa,
lavou seu cachorro,
limpou suas gavetas,]
... inesperadamente cozinhou sua comida,
deliciou-se de algumas músicas,
pegou a sua bicicleta,
vestiu sua mala vazia e sua blusa vermelha e foi à cidade mais próxima.
→→ Lá,
ele reviu alguns amigos ganhou algumas ervas,
fumou alguns cigarros,
riu um pouco e encheu a mala de condimentos e voltou para a sua cidade,
para a sua casa limpa,
para o seu cão limpo.
No meio do seu caminho havia muitos outros sujeitos trajando suas malas,
deixando rastros de sua trajetória,
alguns rastros de sujeiras e lixo,
animais,
assim como qualquer adriático de qualquer lugar, sentindo o cheiro do asfalto, o cheiro do sal saindo pelos poros, o sal que ele jantou ontem, naquela enigmática carne de porco, esse trajeto de uma cidade à outra ele pode perceber muitas coisas que até então ele ignorava por completamente.
A cor do asfalto da casa dele, o som do seu meio, a cor da sua terra, o fluxo de seus desconhecidos vizinhos, os costumes dos bairros vizinhos. Outra vez , em casa, o adriático no balanço de sua rede começa a juntar algumas palavras, tentando angariar sentidos, que mesmo que alterados possa fazê-lo aprender a construir alguns estados de mente onde ele possa outra vez tentar ficar mais leve e matar alguns demônios com dentes de roedores, mas que não foram páreos para a borracha do pneu de sua bicicleta.