quinta-feira, 31 de março de 2011

quarta-feira, 30 de março de 2011

...no entanto, ainda há um vazio lácteo nessa engrenagem toda...







            No entanto, toda essa engrenagem, movendo lentamente, solta, suspensa, o universo expandindo numa flor de lótus, a velocidade, o espaço sobre o tempo, a nicotina virando cinza, as nuvens pairando na atmosfera de pensamentos evaporados, o processo de produção de pensamento, de formação de cumulus-nimbus, a construção do cirrus, a desconstrução do stratus, ainda assim vejo nuvens, e...

(pausa)
        No entanto,, se dissolvem na minha cabeça alta, precipitando meus passos, o espaço sobre o tempo da erva que brota ali perto do semi-árido do horizonte orgânico do poço do meu coração, de magnetita titanífera, onde uma substancia escura circula, o Sódio, o Cálcio e o Potássio dançam ao espaço sobre o tempo, o pó, o universo, a flor de lótus, a nicotina, a cinza, viram tinta preta, tal qual o espaço sobre o tempo, e ...

(pausa)

        No entanto, são partes de um instante só, de um rio que deságua no mar, onde quer que ele corra o oceano é seu fim e seu começo e seu processo, o suspiro, o processo criativo, é sua transformação, sua poesia e sua ruína, é o ser e sua efêmera aparição...

(pausa)
        No entanto, o vento parece-me expressar melhor a idéia que está presa, numa teia verde, o vento apenas adentra um local se há a porta de saída, a entrada é saída e carrega consigo todos os odores, todo o pó, sempre semeando os sedimentos, e, 

(pausa)
        No entanto, ainda há um vazio lácteo nessa engrenagem toda, mesmo nessa escrita escrota que       me custou 17,25 centavos!

( ________).


terça-feira, 22 de março de 2011

...um silêncio líquido típico de assoalho de rio...







Meus pensamentos estão úmidos, escuros, densidade alta, submerso num rio, escondido por trás as rochas máficas, quase impossível pescar algum, muito escuro, um silêncio líquido típico de assoalho de rio, pensamentos sedimentares, ações metamórficas, meu cérebro danificado, minhas sinapses petrificadas. Um corpo frio, uma garganta que dói, solto a fumação e as borboletas saem escuras, intoxicadas e ainda voam around my head... around my head...

Borboletas! Uma aparição, ela pariu, deu luz à luz, luzia, deu luz a um relâmpago, pariu um fantasma, um flash, uma fotografia, uma fotofobia, ela pariu Descartes, ela é avó de quem? Avó do uivo? Do desespero? Do lobisomem ou de um estômago?
Ela apareceu novamente, pariu um novelo enquanto lia uma novela e assimilava porcarias em paginas datilografadas. Ela sofria, o chato sorria e ria como hienas humoristas (com dentes afiados) avistando galinhas caipiras, percebia que carregava um coração que fora colado com cuspe ou seria tinta de polvo?