quarta-feira, 1 de junho de 2011

linhas em branco...


A linha que corta a página me divide em dois, me divide o raciocínio que deveria ser continuo, que deveria ser meu, mas que está em uma página que ainda não li de um livro que não conheço, de um poeta que não existe. Talvez, a volta para a casa, andando pelas ruas que eu acho que conheço me levam para o lugar onde eu não quero estar, mas sei que devo estar, que não suporto, mas sei que preciso. A música que escuto enquanto caminho me leva, me guia, me faz sonhar com o que eu quero, mas sei que não existe. Talvez a felicidade que busco esteja engarrafada e perdida em um mar que só existe em mim, tão vasto, tão grande, tão meu, tão inalcançável, e assim continuo perdido entre ruas que não me levam a lugar nenhum, entre ondas que me jogam contra pedras. Talvez eu esteja naufragado e não saiba, mas quem saberá além de mim? Talvez, a poesia esteja no silêncio que eu não conheço, mas sei que existe, talvez tudo que eu entenda seja um reflexo de mim, um reflexo desconhecido, mas sei que é meu. Quem sabe minha loucura seja perdoável, quem sabe eu esteja de volta ao acordar?

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